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Afonso Cruz vence a primeira edição do Prémio Ibérico Álvaro Magalhães atribuído pelo Município de Valongo


















Afonso Cruz venceu a primeira edição do Prémio Ibérico Álvaro Magalhães, de literatura infantojuvenil, com o livro «A Flor e o Peixe», editado em 2022 pela Companhia das Letras. Afonso Cruz foi distinguido por unanimidade pelo júri, tendo sido atribuída ainda uma menção especial à autora Capicua pela obra «Mão Verde II».
O Prémio Ibérico Álvaro Magalhães foi criado pela Câmara Municipal de Valongo, em parceria com a editora Tcharan, e atribuído no âmbito do festival Onomatopeia – V Festival de Literatura Infantojuvenil que decorre até 7 de maio.
O autor da obra vencedora recebe um prémio monetário de 5.000 euros e o da menção especial um prémio de 1.000 euros.
O Prémio Ibérico Álvaro Magalhães tem como propósito homenagear o escritor Álvaro Magalhães pelo seu contributo para a valorização e promoção da literatura infantojuvenil de qualidade.
Ao mesmo tempo, com a criação deste prémio, o Município de Valongo pretende incentivar a criatividade literária, fomentar o gosto pela leitura e pela escrita nas línguas portuguesa e espanhola, bem como divulgar e promover o festival Onomatopeia – Festival de Literatura Infantojuvenil de Valongo, que se realizada anualmente no concelho de Valongo.
O Presidente da Câmara Municipal de Valongo, José Manuel Ribeiro, salientou a importância destas iniciativas diferenciadoras para “incentivar leitores críticos, seres pensantes que se tornam pessoas especiais”. O autarca, que anunciou o vencedor, manifestou também a intenção de alargar esta iniciativa aos autores do mundo lusófono, designadamente a Timor.
Álvaro Magalhães, autor homenageado e membro do júri, salientou a quantidade e qualidade de participantes na primeira edição do prémio, considerando que esta iniciativa vem colmatar uma grande lacuna na literatura infantojuvenil, “em tempos estranhos, de facilitismo, com os mais novos a perder competências”.
Relativamente à obra vencedora, «A Flor e o Peixe», Álvaro Magalhães salientou tratar-se de “um livro magistral do ponto de vista literário”.
“É um livro inspirador. Parece que as palavras danças”, disse, salientando também a intertextualidade e a triangulação deste “objeto literário magnífico”, “uma overdose de qualidade”.
Álvaro Magalhães salientou também a qualidade literária da obra «Mão Verde II» de Capicua, que considerou “uma surpresa inesperada” e um bom exemplo do que deve ser a literatura infantojuvenil”, destacando as suas construções poéticas inesperadas.
O Prémio Ibérico Álvaro Magalhães foi revelado na Oficina da Regueifa e do Biscoito, no âmbito do Onomatopeia - Festival de Literatura Infantojuvenil, numa sessão em que os vendedores participaram por via remota e onde se realizou também a iniciativa «Ilustre Álvaro», uma sessão de poesia e ilustração com Alice Neto de Sousa e os ilustradores Cátia Vidinhas e Sebastião Peixoto.
Para a primeira edição do Prémio Ibérico Álvaro Magalhães tinham sido selecionados cinco finalistas, entre 95 obras portuguesas e espanholas a concurso: «A flor e o peixe», de Afonso Cruz, «Mão Verde II», de Capicua, «Os reis do mar», de David Machado, «Filas de sonhos», de Rita Sineiro, e «A minha mãe é a minha filha», de Valter Hugo Mãe.
O júri foi composto pelos escritores Álvaro Magalhães e Adélia Carvalho (que é também curadora do festival Onomatopeia), pela professora universitária Lourdes Pereira e pela ilustradora e editora Marta Madureira.
A autora e editora Adélia Carvalho considerou que o livro «A Flor e o Peixe», tem uma reflexão sobre amizade, sobre tudo o que nos liga, sobre questões de pertença”, sublinhando também a intertextualidade da obra, escrita e ilustrada por Afonso Cruz.
Numa pequena nota introdutória nas primeiras páginas, Afonso Cruz explica que “esta história nasceu de uma proposta da [associação cultural] Play False para um espetáculo de teatro e dança cuja base seriam duas histórias de Saramago, «O silêncio da água» e «A maior flor do mundo»”.
Afonso Cruz, de 52 anos, é um premiado ilustrador e autor de ficções, entre romance, conto e literatura de viagens, tendo publicado, entre outros, «A carne de Deus», «Jesus Cristo bebia cerveja», «Para onde vão os guarda-chuvas» e «O pintor debaixo do lava-loiças». Em 2015 venceu o Prémio Nacional de Ilustração com o livro «Capital».