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Medalha de Mérito atribuída à PEPE – JATO
Este ano comemora-se um marco muito importante na história do brinquedo tradicional em Portugal. Essa história tem início em 1921, em Alfena, quando se inicia a produção dos primeiros brinquedos tradicionais de que há memória no país.
É, precisamente, por estes 100 anos de dedicação ao brinquedo tradicional português que foi aprovada, em reunião de Câmara Municipal de 12 de setembro do corrente, a atribuição da Medalha de Mérito à PEPE – JATO, por perpetuar o legado deixado por José Augusto Júnior, artesão autor do primeiro brinquedo tradicional português, criado em 1921 sob a marca “JAJ”. A dedicação, o empenho e o trabalho desenvolvido pela empresa em torno da preservação e promoção do brinquedo tradicional é motivo de orgulho e prestígio para o concelho de Valongo.
A medalha foi entregue pelo Presidente da Câmara de Valongo, José Manuel Ribeiro, no dia 2 de outubro ao empresário Júlio Penela, descendente de José Augusto Júnior, que continua a produzir em Alfena os brinquedos da marca PEPE – JATO. O Presidente da Junta de Alfena, Arnaldo Soares, interveio também nesta cerimónia realizada no âmbito da Festa do Brinquedo, que voltou a acontecer num formato reduzido, mas, felizmente, já com público, algo que não foi possível no ano passado, em que a iniciativa foi assinalada de forma simbólica.
Ainda assim, concretizou-se o objetivo de marcar um evento que pretende promover uma das marcas identitárias do concelho, reforçando-a como uma referência a nível nacional: o brinquedo tradicional português.
“A Festa do Brinquedo já é uma marca. Tornem-se porta-vozes do brinquedo. É muito importante continuar este trabalho de dar continuidade e visibilidade à nossa história”, exortou José Manuel Ribeiro, frisando que “o brinquedo tem o poder de juntar gerações”.
História da PEPE – JATO
«Os primeiros brinquedos eram feitos chapa “folha-de-flandres”. Os primeiros modelos foram as gaitas com asa e as rocas para bebés, que continha no seu interior pequenas pedras oriundas das margens do Rio Leça em Alfena, fabricados pelo artesão José Augusto Júnior, que adotou a marca “JAJ” nas suas criações.
Devido à 2ª Guerra Mundial, houve falta de chapa folha-de-flandres, o que resultou numa procura pelas litografias de chapa e sucata, para reaproveitar as mesmas para voltar a utilizar no fabrico de brinquedos.
Desde o seu início e até ao ano de 1945, o transporte dos brinquedos “JAJ” era feito através de um carro-de-bois, de Alfena até Ermesinde e Campanhã (no Porto), onde se encontravam os caminhos-de-ferro, para que fosse possível o despacho destes brinquedos para os diversos pontos de Portugal.
Para facilitar o despacho das mercadorias, no ano de 1946 a empresa “JAJ” transferiu as suas instalações para Ermesinde, com a construção de uma nova fábrica denominada “A industrial de Quinquilharias de Ermesinde”, onde José Augusto Júnior inventaria a chamada “corda de fita” em aço, sendo o primeiro a fabricar um brinquedo movido por este sistema.
No ano de 1955 esta empresa altera o seu nome para “Fábrica de Artigos em Plástico JATO de José Augusto Júnior”, passando a utilizar então a sigla “JATO”, com um misto de brinquedos fabricados em chapa e plástico, onde se evidencia a 1ª máquina de injeção de plástico com alavancas, tornando-se a maior empresa em Portugal na criação de brinquedos em série, com cerca de 90 trabalhadores.
Em 1977 este artesão sai do ativo, passando as atividades a serem executadas pelos seus dois filhos, que sempre o acompanharam, tendo estes criado então duas novas marcas: “JATO” e “PE-PE (Penela e Penela)”.
A nova empresa, já com sede novamente em Alfena (onde ainda hoje se situa), produzia milhares de brinquedos por mês, até que as normas de produção dos materiais e das vendas impostas pela Comunidade Económica Europeia fizeram baixar drasticamente as vendas. Com isto a empresa vê-se forçada a despedir um número significativo de funcionários, face à grande quebra das encomendas.
Com uma grande necessidade de adaptação ao mercado, começaram a ser produzidas peças técnicas em plástico por injeção e sopro com destino às mais variadas indústrias. É com este mercado que a empresa ganha novamente fôlego.
Anos mais tarde (em 2005) os filhos do anterior sócio assumem a empresa, mas posteriormente a uma grave crise económica na empresa, a mesma vê-se obrigada a fechar portas.
Em 2012 nasce a BruPlast, com descendência familiar às anteriores empresas, iniciando um novo ciclo comprando as marcas “JATO” e “PE-PE”, continuando a produção dos brinquedos tradicionais e das peças técnicas em plástico por injeção e sopro.»