A ardósia formou-se há cerca de 350 milhões de anos com a concreção dos sedimentos arrastados pelos rios para o fundo do mar, através de fortes pressões e temperaturas muito elevadas. Usada, desde sempre, para as mais variadas aplicações, viu a sua extração ser industrializada em meados do séc. XIX, através da companhia inglesa “The Vallongo Slate & Marble Quarries”.

A pedra negra do concelho tem, atualmente, na vila de Campo, a concentração da extração em duas empresas: a Pereira Gomes & Carvalho e a Empresa das Lousas de Valongo. Subsistem, ainda, algumas empresas familiares de transformação, nas quais são fabricadas – entre outras peças – as famosas e nostálgicas lousas escolares, com as quais milhares de pessoas aprenderam a ler e a escrever.

Com o intuito de homenagear todos/as quantos/as trabalham e trabalharam nesta nobre e árdua arte, o Município criou o Museu da Lousa, em Campo. Um espaço com uma área museológica que ganha corpo em três casas de média dimensão, construídas segundo as técnicas tradicionais do trabalho em ardósia, à semelhança do muro envolvente. Aí podemos encontrar a reconstituição da casa de um mineiro, espólio e documentação ligados à ardósia, uma exposição de trabalhos feitos com esta matéria por estudantes do Agrupamento de Escolas Vallis Longus e uma outra exposição que nos leva numa viagem no tempo, desde a formação da ardósia até aos nossos dias.