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Brinquedos Tradicionais
A produção dos primeiros brinquedos tradicionais em Portugal teve início em 1921, em Alfena.
Os primeiros brinquedos foram feitos em chapa (folha de flandres) pelo artesão José Augusto Júnior - “JAJ”. Em 1928, inicia-se o fabrico de brinquedos em madeira, em paralelo com a chapa.
Em 1940, Armindo Moreira Lopes, funcionário da “JAJ” e com ferramentas e modelos cedidos por esta, dá continuidade ao fabrico de brinquedos em chapa na vila de Alfena, criando outros modelos de brinquedos e uma nova marca: “AML”.
A Segunda Guerra Mundial trouxe escassez de folha de flandres, o que levou à procura de latas velhas em litografias de chapa e sucatas, para serem reutilizadas no fabrico de brinquedos.
Por esta altura, mais precisamente em 1943, o artesão César Duarte Ferreira funda, em Ermesinde, a Oficina de Artesanato César. A produção inicial incidiu em instrumentos musicais, nomeadamente bombos, tambores e pandeiretas, tendo mais tarde acrescentado o fabrico de brinquedos em madeira.
Em 1946, a “JAJ” transferiu-se para Ermesinde por uma questão de proximidade ao caminho de ferro, através do qual fazia chegar os brinquedos a todos os pontos do país. A empresa passou a chamar-se “A Industrial de Quinquilharias de Ermesinde” e, em 1955, alterou o seu nome para “Fábrica de Artigos em Plástico JATO de José Augusto Júnior”, passando, então, a utilizar a sigla “JATO”. A empresa continuou a fabricar modelos novos de brinquedos recorrendo à chapa, ao plástico e à madeira.
Em 1969, Manuel da Rocha Ferreira (mais conhecido como Manuel “Encrenca”), funcionário da “JATO”, inicia por sua conta, no lugar de Cabeda, em Alfena, o fabrico exclusivo dos brinquedos em madeira.
Entretanto, os dois filhos do fundador da “JAJ” deram continuidade à atividade do pai e criaram duas novas marcas: “JATO” e “PEPE”. Estes sucessores aperfeiçoaram e desenvolveram o histórico legado deixado pelo pai, criando novos modelos totalmente em plástico. Entre finais de 1982 e inícios de 1983, por diversos motivos – sobretudo pela necessidade de aumentar a área fabril – constroem uma nova unidade industrial em Alfena, continuando a inovar e a apresentar modelos diferentes.
Apesar de procurarem sempre manter a tradição, as crises económicas obrigaram os dois irmãos a abandonar a produção de alguns brinquedos e a incluir diversas peças para a indústria. Em 2007, por motivos de saúde, venderam este legado a cinco dos seus filhos e sobrinhos, que retomaram a produção dos antigos brinquedos devido à procura de algumas lojas de artesanato e colecionadores.
Atualmente, apenas subsistem a Oficina de Artesanato César e a Pepe – Jato (ou Bruplast), que mantêm as portas abertas a todos os que desejem conhecer um pouco desta tradição ancestral, na qual Valongo surge como uma referência a nível nacional.
Consciente da relevância de preservar e divulgar uma faceta muito importante da identidade cultural do concelho, o Município investiu na criação da Oficina do Brinquedo Tradicional Português, que está a ser construída na antiga escola de Cabeda, em Alfena. Com inauguração prevista para este ano, este espaço pretende associar a modernidade à memória e à tradição, recordando a história e preservando o saber-fazer de gerações com abordagens inovadoras.